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sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

51 ANOS DE EMANCIPAÇÃO POITÍCA."CORONEL JOÃO PESSOA" A ORIGEM: POR JUSCIANA FERNANDES

EM BUSCA DE UM NOVO HORIZONTE.





Situada no alto oeste norte-rio-grandense a cidade de Coronel João Pessoal, fundada em meados do século XVIII COMO Baixio de Nazaré, sob a serra de São Miguel, também conhecida como Serra do Camará. Foi um importante centro agrícola da região, motivando vários conflitos por posse de terra que marcaram o inicio de sua povoação. Em 1963 o Baixio de Nazaré desmembrou-se do município de São Miguel ganhando sua emancipação politica e recebendo um novo nome “Coronel João Pessoa” em homenagem a João Pessoa de Albuquerque, cidade que neste ano comemora 51 anos de sua emancipação.

A região do alto oeste desde longa data foi cenário de violentos conflitos entre proprietários que queriam incondicionalmente a posse das terras, principalmente as da região de São Miguel, e em particular o Baixio de Nazaré, sendo assim, as lutas entre esses proprietários, além de serem pelas terras eram também por poder econômico e social da região e para terem esse poder usavam de todas as formas possíveis para combater seus opositores, inclusive o uso de violência.

Alguns desses casos ocorreram no Baixio de Nazaré na conhecida Fazenda Quintos, que por muito tempo era chamada de “Quintos dos Infernos”, local onde provavelmente se originou a cidade de Coronel João Pessoa. A fazenda Quintos pertencia ao senhor Manoel Joaquim de Amorim, mais conhecido como “ Velho Amorim”, este era casado com Anna Fausta de Carvalho, Amorim conseguiu essa união por ter capturado o assassino João Brasil, que havia matado e esquartejado o rico fazendeiro José Francisco de Carvalho pai de Anna Fausta e Antônio Monteiro de Carvalho.

Antônio Monteiro de Carvalho, sem coragem de perseguir João Brasil, procurou Manoel Joaquim de Amorim para a missão, pois sabia que este tinha grande afeição por sua irmã, prometeu-lhe a mão de Anna Fausta se caso conseguisse encontrar e trazer até São Miguel o assassino João Brasil. Amorim sem pensar muito seguiu em busca do assassino, há relatos que afirmam que Amorim encontrou João Brasil no estado da Paraíba, outros que foi em Pernambuco, o fato é que ao capturar o assassino Amorim o levou até São Miguel, entregando-lhe a Antônio Monteiro de Carvalho, o qual fuzilou João Brasil próximo a Igreja do Padroeiro São Miguel. Assim com a missão executada Amorim casou com Anna Fausta de Carvalho como prometido.

Com a união das duas famílias, Carvalho\ Amorim, o Velho Amorim ganhou grande poder na região e consequentemente atraiu muitas desavenças, sendo necessário contratar pessoas para sua proteção, e no grupo que fazia sua guarda encontrava-se um cangaceiro muito temido por sua ficha de mortes, Moita Braba, que prestava serviços para proprietários, aceitava qualquer missão desde que bem pago, era fiel a seu patrão até o momento que lhe fosse conveniente. Moita Braba a serviço de Amorim assassinou o rico fazendeiro José Bezerra de Medeiros, também conhecido como, “Bezerra Matuto”, por questões de terras. Crime que Amorim só veio a ser mencionado oito meses depois do ocorrido, até então Amorim vivia tranquilo na sua fazenda Quintos.

Esse crime foi o ponto final para o governador do estado Pedro Velho, que passa a exigir uma maior eficácia das autoridades, sendo assim, segue para fazenda Quintos o alferes Carvalho e a autoridade Firmino José Bezerra de Medeiros, também conhecido por “Néo Bezerra” filho de Bezerra Matuto e mais nove homens para prender Amorim. Ao chegar a fazenda cercam a propriedade  e dão voz de prisão ao proprietário, que em resposta dispara fogo contra as autoridades, iniciando assim um tiroteio que durou toda a noite, já pela manhã mais algumas pessoas chegam para dar suporte ao cerco da propriedade. Amorim contava com munição e mantimentos para permanecer dentro da sua grande casa com sua família por alguns dias.

Foram dias de espera e tiros, que perturbaram toda região, deixando as pessoas em polvorosa sem saber ao certo o que acontecia, este o principal episódio que titulou a fazenda como “Quintos dos Infernos”. O cerco durou cinco dias, até que Amorim conseguiu fugir por um túnel existente na sua casa que o levou até um engenho usado para fabricação de derivados da cana-de-açúcar as margens de “rio”, sua família se entregou e a casa da fazenda foi saqueada e seus bens quebrados ou roubados, um dos saqueadores era o famoso Moita Braba.

torre do engenho onde supostamente seria a saida do túnel o qual Amorim escapou


Amorim foi buscar ajuda na região de Luís Gomes, junto a alguns  amigos importante, mas ao saberem a população ficou com muito medo do que poderia acontecer e Amorim foi obrigado a partir para outro estado, a partir dai não se ouviu falar mais do seu paradeiro, somente sete anos depois quando Firmino José Bezerra de Medeiros o encontrou e matou-o com dois tiros, lavando assim a honra da família. Desde de então, por coincidência ou não os furos proprietários da fazenda Quintos morreram de forma violenta.

Por um longo período a população do Baixio de Nazaré viveu mais tranquila, agora o novo proprietário da fazenda Quintos se chamava João Pessoa de Albuquerque ou João Leito como também era conhecido, natural de São Miguel, nasceu no ano de 1854, era agricultor e comerciante, se destacou como líder politico na região e recebeu o titulo de Coronel da Guarda Nacional, foi deputado nas constituintes de 1915 a 1926 ano que se destacou por liderar um grupo de homens na luta contra os revoltosos em São Miguel, foi presidente da Intendência Municipal de São Miguel de 1910 a 1928. Foi assassinado no dia 26 de maio de 1928.

Foi no dia 19 de dezembro de 1963 que o Baixio de Nazaré foi desmembrado do município de São Miguel sob a Lei estadual de n° 3.005, e recebeu o nome de Coronel João Pessoa, homenageando assim o seu líder João Pessoa de Albuquerque. Teve como primeiro prefeito o senhor Nivaldo Moreno Pinheiro.
NIVALDO MERENO PINHEIRO: PRIMEIRO PREFEITO DE CORONEL JOÃO PESSOA
Hoje a cidade está sob a administração do senhor Francisco Alves da Costa (Pachica) e do vice-prefeito Antônio Lopes, que estão realizando sua segunda gestão. A cidade está cada dia mais seguindo um ótimo desenvolvimento em diversas áreas desde a educação, saúde, infraestrutura, agricultura, cultura, esportes entre outros. No que diz respeito à cultura temos duas datas no calendário religioso que se destacam a tradicional festa do padroeiro São José que acontece no dia 19 de março e a festa de São Francisco que é realizada no dia 04 de outubro na capela próximo ao cemitério dos pagãos que hoje é um ponto muito visitado, tanto pelos pessoenses quanto por visitantes, temos ainda a tradicional festa de São Pedro no dia 28 de junho e a festa de emancipação da cidade dia 19 de dezembro.

PACHICA E ANTONIO LOPES



Destaca-se também no esporte o paratleta na modalidade de natação, Nélio Pereira Dias da Sociedade Amigos do Deficiente Físico (SADEF-RN), que já conquistou diversas medalhas em diversas competições, como nos Jogos Parapan-Americanos de 2007 (Rio de Janeiro, RJ) e 2011 (Guadalajara, México), no Open Caixa Loterias de Atletismo e Natação de 2013 em São Paulo (SP), entre outros.

foto: facebook

 Coronel ainda tem como pontos atrativos de sua cultura e turismo e porque não dizer históricos a barragem de pedregal que segundo mitos populares foi construída por escravos, a famosa fazenda Quintos que ainda hoje existe artefatos históricos não oficiais da época dos coronéis (locomóvel, antigas torres dos engenhos de cana de açúcar), o poço dos Cágados entre muitos outros pontos que precisam ser explorados e conservados.

TEXTO: JUSCIANA FERANDES
REVISADO POR: JEFFERSON LIMA


poço dos cágados
obs: em busca da origem da barragem supostamente construída por escravos, procurei historiadores e proprietários de terrenos vizinhos e as informações não são tão precisas ao ponto de afirmar quem realmente construiu a barragm, ficando assim até o momento sem uma informação precisa, tudo que sabemos é que ela ainda hoje existe e que o trabalho realizado em sua construção não foi um trabalho realizado por nenhum tipo de máquina, a parede de sustentação é construída apenas por pedra e cal, material muito resistente e que possivelmente seria feito por operários em trabalhos manuais.
barragem supostamente construída por escravos

parede da barragem, feita de pedra e cal



vista panorâmica da antiga fazenda Quintos

engenho usado para a produção de derivados da cana de açúcar como; mel, rapadura, alfininho entre outros

engenho da fazenda Quintos

engenho da fazenda Quintos

engenho da fazenda Quintos

CHAMINÉ DO ENGENHO ATÉ HOJE PRESERVADO

piso de madeira original da fazenda Quintos


antiga casa da fazenda quintos que ainda hoje existe

sotam de madeira usado para armazenar derivados da cana de açúcar produzidos no engenho da fazenda.

IMAGENS: DA INTERNET OU CEDIDAS POR PESSOAS RESPONSÁVEIS
 





JUSCIANA FERNANDES NATURAL DO SÍTIO QUINTOS ZONA RURAL DE CORONEL JOÃO PESSOA, ATUALMENTE A MESMA ESTÁ GRADUANDO EM HISTÓRIA NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE. 









Referencias:
“Quintos dos Infernos”, tokdehistória.com.br\tang\os-quintos-dos-infernos, acesso em 15 de dezembro de 2014.
http;\\www.culturadorn.com.br\?p=368 acesso em: 15 de dezembro de 2014
www. Uol.com.br\omossoroense\200309\conteudo\saomiguel, acesso em: 13 de dezembro de 2014

www. Cidade.ibge.gov.br\paine, acesso em 13 de dezembro de 2014.

Um comentário:

  1. Aos nove anos morei na fazenda quintos ,meu tio Deoclecio gerenciava a fazenda que era de Dr. Aldo na época.

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