Uma pesquisa cientifica sobre Leishmaniose Tegumentar Americana Canina na Zona Rural do município de São Miguel desenvolvida pelo Médico Veterinário Dr. Francisco Rodrigues de Freitas Araújo (CRMV/RN 0946) foi publicada na edição de outubro da Revista Brasileira de Ciência Veterinária, publicação produzida pela Faculdade de Veterinária da Universidade Federal Fluminense com o objetivo de divulgar trabalhos de investigação científica sobre medicina veterinária e áreas correlatas.
O estudo teve por objetivo analisar prevalência da Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) canina em quatro localidades (Olho d’Água Dantas, Barreiros, Agreste e São Pedro) localizadas na Zona Rural do município de São Miguel. Durante os trabalhos Foram realizados exames clínicos e diagnóstico sorológico através das técnicas de ELISA e RIFI em 100 cães de diferentes sexo, idade e categorias companhia e de caça, onde foi constatado que todas as localidades apresentaram cães soropositivos com resultados de 21% de positividade para a técnica de ELISA e 10% para a de RIFI.
Com este resultado foi concluído que a Zona Rural do município de São Miguel possui alta prevalência de cães sorologicamente positivos para Leishmaniose Tegumentar Americana, sendo a maior prevalência observada em cães adultos (85,72%), machos (80,95%) e de caça (71,42%). Dessa forma, o cão provavelmente funciona como reservatório da infecção para população humana.
LTA - A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) é uma doença infecciosa, endêmica, não contagiosa, causada por protozoários do gênero Leishmania, pertencente à família Trypanosomatidae, que acomete pele e mucosas. É primariamente uma enfermidade zoonótica, afetando animais domésticos, silvestres e o homem, predominando em regiões tropicais e subtropicais. O inseto vetor da LTA é um flebotomíneo do gênero Lutzomyia, conhecido popularmente como “mosquito-palha”, “tatuíra”, “birigui”, “cangalha” e “cangalhinha”.
A LTA é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) uma das seis mais importantes doenças infecciosas, sendo um problema de saúde pública em 88 países, distribuídos em quatro continentes (Américas, Europa, África e Ásia), com registro anual de 1 a 1,5 milhões de casos (Brasil, 2010).
A LTA, também conhecida como leishmaniose mucocutânea, úlcera de Bauru e ferida brava, distribui-se amplamente no continente americano, estendendo-se desde o sul dos Estados Unidos até o norte da Argentina. Nas Américas, a LTA apresenta três formas clínicas principais: a leishmaniose cutânea, a leishmaniose mucocutânea e a leishmaniose difusa.
No Brasil, a LTA permanece em expansão, e está cada vez mais associada às alterações ambientais (desmatamento e redução de matas primárias, especialmente as ciliares), à acelerada expansão das fronteiras agrícolas e ao desenvolvimento de outras atividades sinantrópicas como o ecoturismo. No país, a LTA vem sendo diagnosticada em todos os estados, inclusive na região Sul. As populações rurais do Norte, Nordeste e Centro-Oeste são as mais afetadas, sendo as regiões Norte e Nordeste responsáveis por cerca de 75% dos casos de LTA registrados no país.
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fonte: são miguel news
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