PERICIA DEVERÁ APONTAR CAUSA DE ACIDENTE EM PARQUE.

O Instituto Técnico Científico de Polícia (Itep-RN) fez ontem a perícia no brinquedo que, durante acidente, teve dois motores arremessados, atingindo e levando à morte Felipe Queiroz Rodrigues da Silva, de 15 anos. O caso aconteceu durante a festa da padroeira de Ceará-mirim, município localizado a 28 quilômetros de Natal. De acordo com o perito do Itep-RN, Leilson Azevedo, os dados colhidos não são conclusivos e só poderão apontar a causa material do acidente.

Magnus NascimentoDois peritos do Itep examinaram os motores que foram arremessados e um deles atingiu Felipe

O brinquedo é composto de vários carros que giram e são erguidos por pistões. Conforme observado na perícia, esses pistões teriam ultrapassado o limite de inclinação do aparelho, pendendo para o lado oposto ao que a roda deveria girar. “Ainda não concluí o laudo pericial, peguei apenas os dados, mas está muito forte a tese de que os cilindros tenham ultrapassado seu limite vertical, fazendo com que os motores que ficavam girando tenham se chocado com os cilindros, sendo arremessados com a pressão”, disse Leilson Azevedo.

O gerente do Nacional Center Park, José Eduardo Lima, disse que houve falha em um sensor que deveria acusar que o limite dos cilindros foi ultrapassado. “Ao perceber a falha, o operador acionou os freio de emergência, mas não é possível brecar o equipamento de vez”, explicou.

José Eduardo Lima ressaltou que todas as licenças e vistorias do parque estavam em dia. Ele também apresentou documento comprovando vistoria do Corpo de Bombeiros autorizando o funcionamento do parque. O chefe do Serviço Técnico de Engenharia dos Bombeiros (Serten), tenente coronel Luiz Monteiro da Silva Junior, confirmou que o parque tinha autorização para funcionar.

Ao chegar ao local, o perito chegou a criticar o fato de que o brinquedo tinha sido parcialmente desmontado, o que poderia atrapalhar o trabalho da perícia. O gerente do Nacional Center Park disse que a ação foi recomendada pelos Bombeiros e visou evitar novos acidentes, já que havia risco do equipamento ceder e atingir curiosos que não respeitaram a área de isolamento cercada pelos Bombeiros
A Delegacia de Ceará-Mirim começou as oitivas do caso ontem pela manhã. De acordo com a Polícia Civil, além do pai de Felipe, Eronildes Rodrigues da Silva, 45, também foi ouvido o gerente do parque, José Eduardo Lima. O representante da empresa deu sua versão do problema no brinquedo, da falha no sensor dos cilindros, e acrescentou que houve demora de duas a três horas no atendimento.

O pai de Felipe, Eronildes, disse à Polícia que acredita que o problema da demora no atendimento, somado à falta de oxigênio, teriam sido as razões para a morte do filho. Possivelmente hoje o operador do brinquedo será ouvido pelo delegado Marcel George.

Felipe Queiroz Rodrigues da Silva, de 15 anos, foi trazido para o Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, em Natal, na madrugada do domingo, após ser atingido. Às 15h30 da segunda-feira, o hospital registrou a morte do garoto, que se encontrava em  coma profundo, devido a fraturas, internas e expostas, perfuração interna de órgãos e hipotermia.

TRIBUNA DO NORTE